A Festa de Pentecostes marca o início da caminhada da Igreja como uma instituição presente na história da humanidade A princípio, os cristãos participam da vida comum do povo, mas aos poucos vai se formando uma comunidade à parte, com vida própria. Gradativamente, a comunidade cristã também vai se organizando especialmente para prover o atendimento aos seus pobres, órfãos e viúvas. Porém, desde o começo a Igreja passou a enfrentar dificuldades como as perseguições. A Igreja cresceria, a partir de então, sobre o sangue dos mártires. A primeira dificuldade enfrentada foi o conflito com o judaísmo oficial. Isto provocou a primeira perseguição e a morte dos primeiros mártires. Entre eles, citamos Santo Estevão e São Tiago (cf. At 7,54-60; 8,1-4). Por causa da perseguição, a Igreja se dispersou pela Samaria e Judeia. A segunda dificuldade foi o conflito com os discípulos de João Batista a respeito do messianismo de Jesus. As outras dificuldades foram os embates com as falsas doutrinas que surgiam, sobretudo com o gnosticismo (gnosis = conhecimento). Mas o cristianismo passou a crescer e expandir-se graças à ação missionária dos apóstolos e com as viagens missionárias de Paulo. Outro elemento que reforçou muito este crescimento foi a vida interna da comunidade. Esta se baseava na doutrina segura dos apóstolos, na centralidade da Eucaristia (fração do Pão), na posse em comum dos bens e no testemunho da ressurreição. (cf. At 42-47).
Exerciam sua autoridade, não como poder, mas como ministério e como serviço.
Pela imposição das mãos, constituíam representantes seus nas comunidades fundadas e lhes conferiam autoridade para o governo da comunidade e serviço litúrgico. São os apóstolos quem escolhem os diáconos.
São eles os primeiros responsáveis pela obra de evangelização.
Depois da morte dos apóstolos, os seus representantes tornam-se seus sucessores. Começa então na Igreja uma nova era, a Era Apostólica, o tempo dos Santos Padres. Deste modo, aos poucos as comunidades recebem uma nova forma de organização, mas não ainda hierárquica.
Os apóstolos eram garantia da unidade da Igreja e de sua doutrina Bispos e presbíteros Cristianismo - Da Pregação de Jesus até Constantino Existiam os bispos e presbíteros, os doutores, os anciãos, profetas, diáconos e outros ministérios naturais. O papel do bispo não se revestia ainda da importância que teria mais tarde. Bispos e padres exerciam o governo das comunidades de modo colegiado; estavam em condição de equivalência. Nas maiores comunidades, um Conselho de Presbíteros cuidava de sua direção. Somente depois de 200 anos, o ministério do bispo vai ficando restrita a uma única pessoa. A comunidade cristã participa da autoridade dos apóstolos e de seus sucessores. Existe a corresponsabilidade. No século II, começou-se a definir-se o ministério do bispo. Eram estas as suas funções principais:
• É o bispo quem convoca os presbíteros e lhes confere autoridade.
• É ele quem dirige a vida das comunidades, especialmente a vida litúrgico-sacramental.
• É ele o responsável pelo ensino, pela incorporação ou mesmo pela expulsão de algum membro da comunidade.
• É o bispo quem também se torna responsável pela formação dos candidatos ao sacerdócio.
Ministérios e serviços Desde o tempo dos apóstolos, já existiam os ministérios nas comunidades. Mas, à medida em que o ministério eclesiástico foi ganhando importância, foram surgindo normas mais preciosas para a pessoa que passasse a assumir algum serviço ou ministério na comunidade. Veio a exigência do celibato, da virgindade consagrada e da dedicação em tempo integral às funções eclesiásticas. Porém, uma coisa era bastante clara: quanto mais baseada na fraternidade, menor era a necessidade de uma autoridade forte como se daria em épocas subsequentes. Aos poucos as comunidades cristãs foram diferenciando a sua vida em relação às demais pessoas do Império Romano A grande preocupação estava na unidade da Igreja. Para ser cristão era preciso, em primeiro lugar, a Profissão de Fé e a participação na vida litúrgico-sacramental da comunidade. Era necessária a unidade da comunidade com o bispo, da comunidade entre si e da comunidade com as outras Igrejas locais. A expressão mais visível desta unidade eram os Símbolos (Profissão de Fé), os concílios e as coletas que se faziam para auxiliar as comunidades mais necessitadas. Aos poucos surgiu a consciência do primado do bispo de Roma. Como consequência da vida interna da Igreja, do apostolado e da evangelização, lá pelo ano 100 da Era Cristã, já existiam cerca de 50 comunidades cristãs, espalhadas pela Ásia, Oriente Médio, África e Europa. No ano 200, as comunidades seriam cerca de 100, concentradas especialmente nas cidades.